Os efeitos da pandemia no mundo do trabalho
Hoje, um ano e meio após a decretação da pandemia, ainda podemos ver e sentir inúmeros reflexos. Alguns positivos, outros assustadores… Como na filosofia chinesa, yin e yang, sombra e luz, lua e sol, masculino e feminino, espírito e matéria caminham juntos, lado a lado. Enquanto algumas pessoas tiveram que adiar planos, outras foram levadas a antecipá-los. Milhares de vidas foram perdidas, e muitas outras brotaram de forma inesperada. Ainda bem!!! Num período tão sombrio, foi um alívio ver o sorriso puro de um bebê. Isso traz aquela sensação de paz. E ajuda a gente a prosseguir no meio do caos… E é exatamente do caos no mundo do trabalho que esse artigo vai tratar.
Quem manteve o emprego, poupou!
Governos do mundo todo tiveram que propor soluções rápidas para suas populações e empresas, devido à necessidade de conter a disseminação do vírus. Ficar em casa, abdicar da vida social, mexeu com a cabeça, mas também com o bolso de todos nós.
No Brasil, foi implementado o auxílio emergencial, programa que distribuiu renda para as pessoas mais vulneráveis. Além disso, as empresas puderam diminuir a jornada de trabalho, reduzindo o salário de seus funcionários proporcionalmente. Mas, infelizmente, essa medida não foi suficiente para impedir demissões, nem mesmo evitar o fechamento de muitos negócios. Em sua grande maioria, as pequenas e médias empresas brasileiras ainda carecem de capital de giro para atravessar momentos adversos.
Então, o resultado dessa combinação de fatores foi (está sendo…) dramático. Em geral, e no auge da pandemia, ou o brasileiro perdeu salário ou ele foi demitido. Quem manteve o emprego foi obrigado a mudar alguns hábitos radicalmente. E, talvez, a própria pandemia tenha impulsionado esse movimento… Não tinha shopping aberto, nem boteco para afogar as mágoas ou a sétima arte para nos transportar para outro mundo. Para quem permaneceu empregado e com dinheiro, simplesmente não havia no que gastar.
A classe C foi a mais afetada pela perda da renda…
Como demonstra a 4ª edição da pesquisa realizada pela ANBIMA (Raio X do Investidor Brasileiro), 20 milhões de pessoas afirmaram que conseguiram poupar devido ao corte de gastos em 2020. Inclusive, 7% relataram que foi possível guardar dinheiro pois “não tinham onde gastar”. Ver que muitas pessoas tiveram sobras no orçamento é um efeito positivo da pandemia.
Por outro lado, não podemos ignorar as estatísticas desfavoráveis. Pela primeira vez, desde que o estudo começou a ser realizado, notou-se uma queda no número de investidores. Essa redução esteve totalmente concentrada na classe C, que foi a mais afetada pela perda de rendimentos e do emprego. Para pagar os compromissos assumidos, um em cada cinco brasileiros teve que utilizar o dinheiro que havia guardado, se endividar ou até mesmo vender seus bens.
Aos empreendedores: planejamento é tudo
Ao final do segundo trimestre de 2021, o número de desempregados atingiu 14,4 milhões de pessoas, segundo o IBGE. É muita gente sem perspectiva, sem produzir, sem o direito de sonhar… Não é por acaso que 2,1 milhões de novos negócios foram criados no primeiro semestre do ano, segundo levantamento do SEBRAE. Entretanto, e infelizmente, 81,9% dos brasileiros afirmaram que a principal motivação para abrir um negócio é a falta de oportunidade no mercado de trabalho, de acordo com o relatório da Global Entrepreneurship Monitor.
Nesse momento, o futuro incerto parece ainda mais incerto. Portanto, vale fazer um alerta: mesmo que o motivo de empreender tenha sido a busca pelo sustento, não deixe de planejar os próximos passos. Se você precisar de apoio para isso, conte com a gente!
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