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Quando o dinheiro é problema em um relacionamento afetivo

21 de junho de 2017 Renata Fontes

Decidimos escrever esse post para falar de dinheiro e relacionamento afetivo. É um desafio, mas estamos convictos de que poderemos beneficiar um grande número de pessoas.

Bom… Por mais assustador que possa parecer, especialistas em Direito de Família afirmam que a falta de dinheiro está entre as cinco principais causas da separação conjugal. Não conseguimos comprovar isso por meio das estatísticas disponíveis, mas devemos estar atentos para essa declaração.

Falar sobre dinheiro é tabu!

Sabemos que as pessoas resistem em falar de dinheiro na nossa sociedade. Para sermos justos, quando o tema é dinheiro, geralmente vimos as pessoas abordando os preços das coisas, assim como falam das previsões meteorológicas. Invariavelmente, elas ficam desconfortáveis em mencionar o seu salário ou divulgar que estão endividadas, seja para familiares, amigos, vizinhos… Acreditamos, inclusive, que essa resistência é amplificada pelo reduzido nível de alfabetização financeira da população brasileira, tema que já foi abordado antes nesse mesmo espaço (se ficou curioso, clique aqui!). Afinal, como falar de algo que não se conhece?

Mas você deve estar se perguntando: é somente quando falta que o dinheiro é a causa da separação de um casal?

Não necessariamente. Acreditamos que duas pessoas com perfis financeiros muito distintos (porque não dizer, extremos) trazem uma barreira a mais para o relacionamento afetivo. Por exemplo, um gasta mais do que tem, enquanto o outro economiza cada centavo. Fica evidente o desequilíbrio…

Chamaremos o primeiro de “gastador” e o segundo de “poupador”. A tendência dessa união é que o “poupador” seja responsável por pagar as dívidas contraídas pelo “gastador”. É possível que esse ciclo se repita algumas vezes. Mas, mesmo considerando que existem inúmeras variáveis em um relacionamento afetivo, há chances de que, com o tempo, os dois se cansem…

Temos plena certeza de que a vida de uma pessoa não se resume exclusivamente a acumular dinheiro. Jamais defenderemos isso! Vivemos em um mundo capitalista, logo o consumo é uma necessidade básica. Além disso, nossa sociedade está repleta de pessoas criativas e, portanto, temos incontáveis novidades dia após dia. Portanto, consumir faz parte!

Um caso para demonstrar o desequilíbrio em um relacionamento afetivo

Porém, um exercício simples pode nos ajudar a perceber o efeito devastador de uma pessoa que consome sistematicamente mais do que ganha. Vamos supor um casal formado por duas pessoas que têm rendas iguais a 100 unidades monetárias, porém enquanto o “gastador” consome 120 unidades ao mês, o “poupador” economiza 20 unidades de tudo o que ganha.

Você pode pensar que esses dois se completam, certo? O que um gasta a mais, o outro poupa e, por isso, vivem em harmonia. Bom, você só se esqueceu de um pequeno detalhe: os juros!

Considerando que os juros que remuneram os investimentos são inferiores aos praticadas nos empréstimos, será possível observar no gráfico seguinte que o esforço do “poupador” é insuficiente para equilibrar as finanças do casal. E quanto mais o tempo passa, pior fica.

O efeito perverso dos juros

Ao final de um ano, e trabalhando com uma taxa de 1% ao mês, o “poupador” terá formado uma reserva de 254 unidades monetárias, desde que mantenha a regularidade nas aplicações. Por outro lado, o “gastador” terá uma dívida de 284 unidades ao final do mesmo período, ao consumir 20 unidades a mais do que recebe mensalmente e considerando uma taxa de juros igual a 3% ao mês (ela pode ser bem maior…). Isso significa que o “poupador” precisará destinar quase dois meses de economias, além de toda a reserva acumulada no decorrer de um ano para liquidar a dívida do “gastador”.

Qual é o seu perfil financeiro?

Mas o que vem na sua mente sobre a atitude do “gastador”? E o que esperar do “poupador”? Essas perguntas são apenas uma provocação. Uma tentativa de fazer você refletir sobre o seu perfil financeiro.

As pessoas têm atitudes diferentes no que diz respeito ao uso do dinheiro. Algumas valorizam o consumo, outras preferem se dedicar a construir uma conta corrente polpuda. Mais algumas tomam decisões por impulso, enquanto outras pesquisam, ponderam e até postergam determinadas compras. É preciso ter em mente, contudo, que quando um casal se forma, as decisões de um afetam a situação financeira dos dois.

Fale sobre dinheiro com o seu companheiro! Fale sobre dinheiro com a sua companheira! E, se precisar de ajuda, conte com a gente!

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Categorias:Blog, Finanças pessoais
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