Aposentadoria com dignidade
Aposentadoria. O tema é inesgotável… A cada ano os desafios se renovam e, por esse motivo, é sempre importante trazer reflexões e novos conteúdos sobre o assunto. Recentemente, nos deparamos com um relatório que trouxe informações sobre o GRI – Global Retirement Index (Índice Global de Aposentadoria). Desenvolvido pela Natixis e CoreData Research, o GRI tem o objetivo de identificar, medir e acompanhar os fatores que determinam se os indivíduos ao redor do mundo são capazes de viver com dignidade na aposentadoria.
O índice foi desenvolvido para iluminar um tema delicado e complexo. Ora, ninguém quer falar sobre velhice, muito menos planejar como construir uma reserva para ser utilizada daqui a 30 ou 40 anos. Normalmente as pessoas só começam a se preocupar sobre o assunto quando estão prestes a se aposentar… Aliás, isso ficou claro ao acompanhar uma palestra virtual sobre direito previdenciário. Na sessão de perguntas e respostas, a pessoa mais nova tinha 50 anos!
Quatro erros comuns do planejamento da aposentadoria
Os criadores do GRI constataram que as pessoas, mundo afora, cometem erros em comum no momento de planejarem sua aposentadoria, a exemplo de:
• Subestimar o impacto da inflação
• Superestimar os rendimentos da reserva financeira
• Deixar de considerar os gastos com saúde que crescem com a idade
• Depender da previdência social
Assim, o GRI foi desenvolvido de forma multidimensional, contemplando quatro perspectivas: finanças, bem-estar material, saúde e qualidade de vida.
Em relação a finanças, o índice procura demonstrar a solidez do sistema financeiro e a qualidade do ambiente de investimentos de cada país. Para tanto, são analisadas diversas dimensões no âmbito da governança: prestação de contas, estabilidade política, efetividade do governo, aspectos regulatórios, legislação e controle da corrupção. Em conjunto, esses fatores tendem a demonstrar a capacidade de uma economia prover renda no longo prazo para os aposentados.
Quanto ao bem-estar material, a ideia é medir a capacidade de uma população suprir suas necessidades materiais. Nesse caso, são utilizados a renda per capita, a distribuição de renda e a taxa de desemprego.
Para compor o índice que se refere à saúde, foram usados os gastos nessa esfera, além da expectativa de vida. E no que tange à qualidade de vida, o índice busca evidenciar o nível de felicidade e de realização dos indivíduos que compõem uma sociedade.
O Brasil ocupa o penúltimo lugar do índice
Ah! Mas o que o GRI tem a ver comigo? Se você é brasileiro, é bom saber que o Brasil está no desapontador penúltimo lugar do GRI. Isso mesmo! Dentre os 44 países que disponibilizaram informações para as entidades que monitoram o índice, ocupamos a posição 43! Sinal de alerta no ar, portanto… Só estamos melhores do que a Índia. Na América Latina, México, Chile e Colômbia estão à frente do Brasil. Nossos vizinhos apresentam o bem-estar material como sua maior fragilidade, assim como a gente. Os dados do Brasil são ruins, deixando claro que não devemos negligenciar esse aspecto da vida.
O futuro é logo ali!
É hora de arregaçar as mangas e construir o seu planejamento de aposentadoria, evitando depender exclusivamente da previdência pública. Ao redor do mundo, acompanhamos as regras para a aposentadoria sendo alteradas em curtos espaços de tempo nos últimos anos, o que vêm dificultando o processo de se desligar do mercado de trabalho. É muito importante tomar uma atitude diante disso, e trabalhar com a realidade como ela é, à la Nelson Rodrigues!
Considere uma oportunidade, caso o momento de você se aposentar estiver longe: há mais tempo para acumular recursos, e para os juros agirem a seu favor… Agora, se esse dia está cada vez mais perto, acelere o passo e trace um plano para trazer um conforto a mais quando você decidir sair da ativa. Aquele ditado nunca coube tão bem: não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje.
Compartilhar:
Categorias:Aposentadoria, Blog, Finanças pessoais
Tags:aposentadoria, futuro, GRI
Veja também
