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A espiral financeira

14 de março de 2016 Renata Fontes

Sabemos que as duas possibilidades mais vislumbradas por alguém que atravessa um aperto financeiro são a ampliação da renda ou o controle dos gastos. Entretanto, como um aumento de renda não é algo que está sob o nosso controle, especialmente em tempos de crise, o controle das despesas acaba tornando-se a alternativa viável.

No geral, essa última opção implica a construção ou a busca de uma planilha de orçamento, planejamento ou controle de gastos. Então, se você decidiu adotar uma planilha de planejamento financeiro pessoal, ponto pra você! Afinal de contas, é primordial voltar os esforços para aquilo que está ao nosso alcance.

Além do mais, ter os gastos sob controle é o primeiro passo para que você evolua naquilo que chamamos de “espiral financeira”. Traduzindo, o sujeito começa a fazer dinheiro, aí ele passa a controlar os seus gastos, pra depois poupar recursos e começar a investir, partindo de soluções mais simples até chegar às mais complexas. É um aprendizado constante!

Contudo, depois de construída ou “baixada” a bendita planilha, surgem alguns desafios. É sobre eles que iremos falar adiante. Tentaremos ainda abordar as dores de quem opta por espelhar sua realidade financeira em uma planilha. 

O primeiro desafio consiste em escolher a planilha certa! Evite trabalhar com uma planilha repleta de detalhes, que traz um grau de complexidade desnecessário. Tome bastante cuidado com isso, pois você pode estar apenas dificultando a sua vida. Então, nossa recomendação é: comece simples! Busque uma planilha que seja rapidamente compreendida. Isso irá trazer ânimo ao processo de planejamento das suas finanças pessoais. E resultará em gastar menos tempo com o seu preenchimento. Você pode acessar o nosso modelo de planilha de planejamento financeiro neste link.

Superada essa etapa, é fundamental que você seja disciplinado e persistente. A disciplina envolve reunir as contas pagas – energia elétrica, telefone, aluguel, IPTU, IPVA, água, gás, entre outras – e os cupons ou notas fiscais de tudo o que você compra diariamente. Separe uma pasta para guardar essa papelada. E, semanalmente, atualize a sua planilha a partir daqueles comprovantes. Ah! Você também deve consultar o seu extrato bancário a fim de evitar erros. Com isso, você terá duas fontes de informações.

Fique atento à auto-sabotagem, pois como você não está habituado com essa rotina, é provável que você esqueça de preencher sua planilha em determinada semana. E, ao notar isso, há um enorme risco de você desistir. Se esse momento chegar, respire fundo e atualize a planilha. Persista!

Ainda em relação ao preenchimento da planilha, sugerimos que você classifique seus gastos e receitas em famílias ou categorias. Vamos prestar os devidos esclarecimentos.

Se você retomar os exemplos de contas que relacionamos anteriormente, é fácil perceber que aluguel, energia elétrica, IPTU, água e gás poderiam fazer parte da família “Moradia”.

Da mesma forma, em relação às notas e aos cupons fiscais, você poderá criar as categorias que melhor descrevem os seus gastos: vestuário, lazer, saúde, bares e restaurantes, presentes etc. Essa dica é essencial para que você não se perca no momento da análise. Afinal de contas, ao comparar o valor dos gastos com a sua renda, é bem mais complicado descobrir o que pode ser ajustado, se a análise considerar item a item.

Agora, imagine que um mês se passou e a diferença entre a sua renda e os seus gastos corresponde exatamente ao seu saldo em conta corrente. Podemos dizer, sem dúvida, que sua planilha está perfeita.

Mas qual era o seu objetivo mesmo?

Ah! Era organizar suas finanças pessoais. Infelizmente, uma planilha preenchida com capricho não é suficiente para tanto. Embora, ela represente um passo importante para que você atinja o seu objetivo inicial, é importante que você gaste um tempo analisando os dados.

Para lhe ajudar nessa tarefa, separamos cinco perguntas essenciais que devem ser utilizadas no processo de análise da sua situação financeira:

  1. Sobrou dinheiro no final do período?
  2. Qual a categoria de despesas mais representativa em relação à sua renda?
  3. Você se surpreendeu com o montante gasto em algum item específico?
  4. Há algum desperdício de recurso?
  5. O que você pode fazer para melhorar a sua situação no próximo mês?

Na medida em que você responde tais questões, você começará a se apropriar da sua situação financeira e estará apto a corrigir rumos. É nessa hora que você deve definir algumas metas e tomar atitudes que lhe permitam alcançá-las em um breve espaço de tempo.

Basicamente, atingir suas metas vai lhe trazer ânimo para permanecer preenchendo sua planilha. E, mais do que isso, você verá os resultados efetivos dos seus esforços. Por exemplo, você poderá ver um equilíbrio maior entre receitas e despesas. E pode até trabalhar com alguns prêmios para manter a sua motivação. Que tal fazer um programa especial a cada meta atingida? Só não vale exagerar a ponto de sacrificar o ganho obtido!

Ao repetir esse ciclo indefinidamente, você estará dando verdadeiros saltos na espiral financeira, o que traz mais liberdade, além de garantir boas noites de sono!

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Categorias:Blog, Finanças pessoais
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Comentários

  1. Mauricio Peres disse:

    Renata.

    Há algum tempo venho tentando elaborar uma planilha que me de subsídios para poder administrar minhas finanças com mais eficiência.

    Depois de algum tempo ajustando alguns pontos aqui e ali, me deparo com sua planilha que será muito útil ao meu objetivo.

    Meu muito obrigado, meus parabéns pela sua iniciativa e muito sucesso.

    Grande abraço.

    1. Renata Fontes disse:

      Que bom, Maurício!
      Se tiver sugestões de melhorias, estamos por aqui!

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