Blog

Os efeitos da inflação no orçamento doméstico

19 de fevereiro de 2022 Renata Fontes

Inflação e orçamento

Às vezes, fantasma. Noutras, dragão. Dois substantivos que geralmente acompanham a inflação nos artigos publicados em jornais, revistas… Nem achamos que seria preciso trazê-los para o lado dela, pois o termo inflação, ainda que ande sozinho, já deveria causar arrepios em todos nós.

A inflação atinge dois dígitos em 2021!

Voltamos a ouvir falar sobre inflação no último ano com bastante frequência. No Brasil e no mundo. Por aqui, encaramos um IPCA – índice oficial, calculado pelo IBGE, utilizado para medir a inflação no país – de 10,06% em 2021.

Por conta disso, o Banco Central praticou aumentos sucessivos na taxa Selic desde o início daquele ano. Juros mais altos implicam retração da atividade econômica que, por sua vez, gera impactos no mercado de trabalho. Parece que não teremos alívio em 2022… Basta olhar para o IPCA de janeiro, que acabou de ser divulgado, surpreendendo a todos negativamente.

Como você percebe a inflação?

Decidimos abordar a inflação nesse post por um motivo claro: ela afeta a todos nós. É claro que quanto menor a renda familiar, maior é a pressão que ela exerce na nossa vida. Mas, a despeito do que muita gente pensa, não é preciso ser economista para saber que a inflação chegou. Nas reuniões com clientes, por exemplo, tem se tornado cada vez mais comum ouvir as frases destacadas a seguir. Aposto que você falou algo parecido nos últimos meses…

— Eu não sei onde eu gastei tanto dinheiro nesse mês!
— Nenhuma compra de supermercado sai por menos de R$ 100,00.
— Toda vez que eu completo o tanque do carro, entro em choque.

Ou seja, é possível literalmente sentir a inflação no bolso. O salário acaba rapidamente… E, se antes existia fôlego, este se transformou num tímido suspiro. O problema é que o processo inflacionário parece silencioso, invisível… Daí o fantasma! Lembra? E isso tem uma explicação.

Se a gente resolve abastecer o carro, pagamos pelo combustível. Não recebemos uma nota, destacando o efeito da inflação. Ela está no produto. Ela e o produto são um só. Assim, por mais que a gente tenha uma sensação de aperto, enxergar a inflação não é um processo automático. E isso é perigoso, pois pode retardar algumas ações.

Acompanhe o seu orçamento doméstico mensalmente!

Num orçamento equilibrado, a inflação reduz a sobra de caixa, também chamada de superávit. Na medida em que demoramos para perceber que passamos a gastar mais para manter o nosso padrão de vida, isso irá resultar num desequilíbrio: a sobra diminui ou, até mesmo, deixa de existir. Aqui vale um parêntesis: acabamos de descrever a deterioração do poder de compra, que é uma das consequências da inflação.

Por exemplo, gastar R$ 100,00 há dez anos é o mesmo que despender R$ 179,80 ao final de 2021. Isso é resultado da inflação no Brasil, medida pelo IPCA. Mas ainda existe um cenário pior: pode faltar dinheiro para lidarmos com os compromissos do mês. E, portanto, quando estamos vivendo processos inflacionários, torna-se ainda mais importante acompanhar o orçamento doméstico de perto.

Assim, se você tem a sensação de que está vivendo algo similar, é hora de implementar ajustes na sua rotina, evitar desperdícios e promover escolhas conscientes no momento do consumo. Por mais que seja possível incrementar a renda, isso não costuma acontecer na mesma velocidade e intensidade que a inflação. Infelizmente!

Compartilhar:

Categorias:Blog, Finanças pessoais
Tags:,

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

CA 11, Lote 5, Sala 203-A
Edifício Le Office - Lago Norte
Brasília - DF

+55 61 98401-1256