Realize!

19 de julho de 2016 ● Renata Fontes

Confesso que esse post foi motivado por um rabisco (gentilmente cedido por Behavior Gap^©). Por essa razão, o mesmo rabisco, com todo o respeito, ilustra esse post. Afinal, ele traz quase tudo o que eu acredito – e venho praticando desde que me entendo por gente – num triângulo formado por três palavras triviais, conectadas por setas, em uma espécie de ciclo: work, save, invest. Quanta informação cabe em um rabisco…

No bom e velho português, teríamos: trabalhe, poupe, invista. Assim, magicamente, temos o que prego enquanto consultora financeira junto aos meus clientes. Simples, hein? Arrisco dizer que a maioria das pessoas concordam com isso! Entretanto, não é o que eu vejo predominar por aí, especialmente quando se trata da prática…

Feita essa breve introdução (eu realmente queria compartilhar como me senti com o rabisco!), vamos explorar um pouco mais o ciclo. Considerando o mundo adulto, aquele em que deixamos de ser sustentados por nossos pais, e a não ser que você tenha recebido uma baita herança, a remuneração do trabalho é a nossa principal fonte de renda. Com ela, nós moramos, pagamos contas, nos educamos, nos divertimos, viajamos, compramos objetos de desejo e tudo o mais que a sua imaginação permitir.

Só que nem sempre temos energia disponível para trabalhar, principalmente quando envelhecemos. A partir disso, contaremos com a renda da aposentadoria (ainda não sabemos muito bem o que será dela, não é mesmo?). E, para aqueles que escolheram viver como as formigas, o patrimônio construído no decorrer da fase produtiva será responsável pela manutenção do nosso padrão de vida ou poder de compra.

Até aqui, parece que o vértice trabalhe ficou claro, né? Porém, mesmo que de forma sutil, também tratamos do poupe e do invista. Pois é, a construção de um patrimônio passa pela poupança (apenas para deixar claro, não estou me referindo à caderneta de poupança!) e pelo investimento. Ah! Poupança e investimento não seriam sinônimos? Em realidade, não. A poupança, da forma como representada no rabisco, implica apenas separar (ou guardar) um percentual da remuneração que recebemos pelo trabalho.

Como não faz sentido manter dinheiro debaixo do colchão, o montante que separamos deve ser aplicado, de forma a garantir uma remuneração, que é conhecida por juros. Na medida em que conseguimos poupar frequentemente, e levar tais recursos para aplicações financeiras, estaremos ampliando o nosso patrimônio (de forma breve, patrimônio representa ativos que geram retorno).

Contudo, ainda gostaria de retornar ao trabalhe, pois entendo que poupar e investir requer trabalho. No primeiro caso, estou me referindo à disciplina que deve estar presente nesta ação, com certa periodicidade. Na maior parte dos casos, pensamos em poupar mensalmente. Entretanto, não é nada fácil manter um ritmo de economias durante a vida, pois estamos lidando com emoções diferentes, diversas preocupações, inúmeras incertezas todos os dias. Posso ter exagerado um pouco aqui, mas espero ter passado a mensagem…

No que diz respeito ao investir, o trabalho assume um caráter mais objetivo, uma vez que precisamos escolher entre diversas alternativas disponíveis. E como cada instituição financeira possui produtos voltados a diferentes perfis de investidores, devemos nos dedicar a verificar aquelas que oferecem o melhor retorno, apresentam o menor custo, sempre tendo em mente o risco envolvido.

Por isso, o trabalhe, na minha concepção, torna-se um protagonista nesse ciclo. Pois é. Ficou chato! Cuidar do planejamento financeiro pessoal ficou resumido a trabalho, trabalho e trabalho! Essa pode ser uma maneira de encarar as coisas, é fato. Mas basta adicionar uma palavra ao rabisco, em português mesmo, e transformar o triângulo em um quadrado, embora eu prefira trígonos a quadraturas.

Ficou curioso? Ficou curiosa? Experimente acrescentar realize! Assim, a organização da nossa vida financeira torna-se uma leve aventura. Basta traçarmos objetivos. Pode ser uma festa de casamento, uma viagem com a família, um ano sabático, uma educação de qualidade para os filhos, uma velhice tranquila…

Não se esqueça disso. Trabalhe, poupe, invista e realize!

Categorias:Blog, Finanças pessoais
Tags:investimento, planejamento financeiro pessoal, poupança

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